segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

TER PARCEIRO ÚNICO SERÁ COISA DO PASSADO

Lendo uma entrevista de 23/11/2010 no UOL a Psicanalista Dra.Regina Navarro Lins, defende que no futuro teremos uma forma de comportamento onde os casais não se incomodarão ter outros parceiros. A colega se baseia no seu site que foi ao ar para instigar o comportamento das pessoas. A conclusão que ela chegou é que casamento, ou qualquer relação duradoura está para acabar. O pensamento da Dra.Regina esta aqui exposto, e peço ao caro leitor que emita sua opinião para que no final eu possa emitir a minha. Ela é autora do livro "A CAMA NA REDE" E DE MAIS DEZ LIVROS SOBRE O TEMA.
Vejamos o que ela nos informa:

"Ela é escritora e autora de dez livros. Especializada em sexualidade - e com ideias que geram controvérsia até entre seus colegas de profissão -, ela concedeu uma entrevista exclusiva ao UOL Estilo Comportamento sobre os seus dois novos livros: “A Cama na Rede – O que os brasileiros pensam sobre amor e sexo” e “Se eu fosse você...- Uma reflexão sobre as experiências amorosas” (Editora Best Seller). Ambos são baseados na pesquisa que ela fez durante nove anos no seu site, que esteve no ar de 2000 a 2009.
Regina Navarro Lins diz que estamos no meio de um processo de profunda mudança das mentalidades que se iniciou nas décadas de 1960/197070, com o advento da pílula anticoncepcional e todos os movimentos de contracultura do período. As mudanças são graduais. Em 2000, quando o site entrou no ar, as pessoas já eram bem mais livres do que nas décadas anteriores. Embora alguns placares sejam surpreendentes: por exemplo, o da pergunta “Você gostaria de fazer sexo a três?”, que eu imaginei que muitas pessoas responderiam sim, mas nunca pensei que o percentual chegasse a 77%. O anonimato facilita dizer o que se deseja e não se tem coragem de revelar aos outros. Nos últimos anos, mais casais passaram a frequentar casas de swing, onde fazem sexo com mais de uma pessoa.

Os relacionamentos virtuais estão contribuindo para a tendência de se amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Quando alguém está num chat conversando, ou fazendo sexo, pode trocar de parceiro com muita facilidade. São apenas dois cliques no teclado. É claro que não é só isso; existem outros fatores.

O amor romântico, pelo qual a maioria de homens e mulheres do Ocidente tanto anseiam se caracteriza pela idealização do outro e traz a ideia de que você tem de encontrar alguém que te complete, sua alma gêmea. Esse tipo de amor prega a fusão total entre os amantes e a ideia de que os dois se transformarão num só. Agora, a busca da individualidade caracteriza a época em que vivemos; nunca homens e mulheres se aventuraram com tanta coragem em busca de novas descobertas, só que, desta vez, para dentro de si mesmos. O amor romântico propõe o oposto disso, na medida em que prega a fusão de duas pessoas. Ele então começa a deixar de ser sedutor. Um amor baseado na amizade e no companheirismo está surgindo. Haverá menos idealização e você vai poder perceber melhor o outro. O amor romântico está saindo de cena e levando com ele a sua principal característica: a exigência de exclusividade. Sem a ideia de encontrar alguém que te complete, abre-se um espaço para outros tipos de relacionamento, com a possibilidade de se amar mais de uma pessoa de cada vez, ou seja, o poliamor.
Os relacionamentos virtuais estão contribuindo para a tendência de se amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo

De uma maneira geral, numa relação estável, as cobranças de “fidelidade” são constantes e é natural sua aceitação. Severa vigilância é exercida sobre os parceiros. Isso não adianta muito, já que, na realidade, todos são afetados por estímulos sexuais novos, vindos de outras pessoas que não os parceiros fixos. Esses estímulos existem e não podem ser eliminados. Mas o medo de ficar sozinho é tanto que é difícil encontrar quem reivindique privacidade e tenha maturidade emocional para aceitar que o desejo por outras pessoas, assim como a relação com elas, é absolutamente natural.

Acredito que num futuro próximo seremos mais livres para dar vazão aos nossos desejos e teremos plenas possibilidades de viver sem culpas. Talvez seja possível ter relações estáveis com várias pessoas ao mesmo tempo, escolhendo-as pelas afinidades. Quem sabe uma para ir ao cinema e teatro, outra para conversar, outra para viajar, uma parceria especial para o sexo, e assim por diante? A ideia de que um parceiro único deva satisfazer todos os aspectos da vida tem grandes chances de se tornar coisa do passado.

DEIXE SEU COMENTÁRIO SOBRE O ASSUNTO, ESTOU AGUARDANDO, VAMOS DESENVOLVER ESSA DISCUSSÃO.

3 comentários:

  1. "Quando a pessoa consegue elaborar bem a dependência infantil e também se libertar da submissão aos valores morais, percebe-se menos ciumenta." Nossa! Me assustei com as palavras desta psicanalista. Pra mim, ela está precisando urgentemente de um divã... Como é que uma pessoa pode se libertar de seus valores morais?? Onde está a noção de família desta moça? Será que ela tá achando pouco a destruição que está sendo feita dentro do principal núcleo de evolução terreno, que é a família?? Será que ela tá achando insuficiente a violência atual, a falta de referência do que são valores dentro da nossa sociedade?? Nossa, estou boquiaberta que uma pessoa dessa consiga tratar alguém, já que, sinceramente, é ela que tá precisando ser tratada.. Lamentável ter uma DOUTORA divulgando ideias deste nível...Sem mais comentários....

    ResponderExcluir
  2. Olá dra Solange !. Que saudade !.

    Linda cmo sempre !.

    Olha, é um assunto palpitante e ao contrário do que pensa Taccyla, eu acho que devemos analisar tudo.
    Uma coisa é certa, os relacionamentos antigos funcionavam uma maravilha, porque o homem tinha amantes e a mulher em casa se reprimia de outros desejos fora do casamento.
    Eu acho que podemos ter vários amores e sem eles serem nossos e nós deles. Podemos viver sozinhos e ter pessoas para certos momentos, sem nos precupar que essa pessoa vai dormir com outro(a).
    Que todo mundo tem vontade de experimentar outra iguaria, ah, tem. Hipocrisia dizer que vive 20 anos fiel e é realizado(a) na cama.

    Entendo que isso não seja uma regra, mas será um estilo de vida, não tenho dúvida.

    Aquele relacionamento cativo e escravo vai sucumbir. Nada vai acabar se um dos dois trair, pois não será traição, será algo pactuado em nome da individualidade.

    Muitas coisas vão mudar. Eu mesmo não quero nada certo com ninguém, mas algo sério com algumas pessoas, enquanto juntos naquele momento.

    Grande abraço minha amiga.

    João Alfredo

    ResponderExcluir
  3. Sou psicóloga, mas meu argumento para discordar deste idéia vem da antropologia. A fidelidade é garantida pela genética em diversas espécies de animais, mas infelizmente o homem não está entre elas. No entanto, o comportamento humano que se vê hoje é o resultado de milhões de anos de evolucionismo - sim, o mesmo evolucionismo da seleção natural e do dimorfismo sexual. É proveitoso, do ponto de vista da sobrevivência da espécie, que haja um pacto em torno da família, de forma a assegurar sua continuidade. Não falo dos valores familiares judaico-cristãos, e sim de uma prole que descende, SEMPRE, de um (e apenas um) homem e uma (e apenas uma) mulher. Aposto que este é um pacto duradouro, por mais hipócrita que se possa achar que ele é...

    ResponderExcluir